sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Adaptação brasileira

Estou terminando um curso de Metodologia do Ensino Superior, em outras palavras estou sendo apresentado ao mundo de falar para umas 50 pessoas num retângulo, que no bom português significa dar aula. Vou treinar um pouco com vocês: "Para o trabalho do bimestre quero que vocês assistam o filme Intrigas de Estado e acompanhem os jornais para fazermos um debate em sala de aula daqui a duas semanas. Vamos analisar esse caso do Furo da Folha de S.Paulo".


Intrigas de Estado conta um caso fictício, que está em vias de ser comprovado também na vida real. O curioso é a trajetória da história que nasceu numa série dramática da BBC, divulgada mundialmente pelos Yankees através da adaptação para o cotidiano deles e que agora foi importada pelo país que adora encher o peito e falar com toda arrogância possível: "Subdesenvolvido é o caralho, eu agora sou quase-Desenvolvido, Porra!!".

A Folha de S.Paulo dedicou uma página inteira para o artigo do ex-guerrilheiro César Benjamin, o Cesinha, um dos ícones da luta armada, que conta a história de uma tentativa de estupro protagonizada pelo atual presidente da República e um menino como o coadjuvante num cenário de presídio. Jornalismo político não é que nem o "Ok, ok!" do Ego que quando publica uma nota, de que o casamento de fulaninho com fulaninha está em crise, mas que as partes envolvidas corre para o twitter para desmentir tudo em tempo rela e em seguida a foto de Sicrana, mostrando o samba no pé e a calcinha, na quadra da escola de samba, passa a ser a machete de destaque do site, ficando tudo por isso mesmo. A Folha não tem vocação para esse papel, logo o roteiro da série e do filme será transcrito para os jornais e, posteriormente aos furos, contados nos telejornais pelas próximas semanas. Porém, se isso não for comprovado, é melhor fechar a Folha, porque depois de uma "bola murcha" dessa, deveria entrar na votação do Fantástico depois dos lances da última rodada do Brasileirão.

Não dá pra imaginar que um jornal, do porte da Folha, publique um artigo com esse teor sem ter ao menos uma dupla como Cal McAffrey e Della Frye a frente dessa reportagem e com a história toda na ponta dos dedos. Eles devem ter inúmeras provadas guardadas a sete chaves no cofre do prédio, esperando o tempo certo pra irem pra sala de impressão. Porque bancar uma coisa dessas e depois meter o rabo entre as pernas e sair de fininho vai ser muito feio.
Quanto ao filme, vale a pena a diversão, é um thriller político muito bem embasado.

4 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Preciso e quero conhecer este filme, li críticas e ouvi boas opiniões de uns amigos, mas preciso ter minhas próprias impressões.

E acho Russel Crowe um ator sensato, intenso e versátil.

Muito bom seu blog, já te sigo!

Vinicius Grissi disse...

Não vi o filme mas prometo que vou fazer o dever de casa e ver. Parece ser interessante.

Quanto ao fato da Folha, mais uma ridícula participação de um veículo de comunicação na política e mais uma história que infelizmente não vai dar em nada. Nenhuma punição por uma falácia não comprovada.

DO disse...

Valeu a dica,Leandro. Tipo de filme que eu gosto. Qto à noticia da Folha ,eu tenho a mesma impressão que vc. Um jornal deste porte não iria jogar algo tão grave sem provas reais e concretas.

Abração!

Magui disse...

Muita gente vê a imprensa como seu oráculo pessoal.Te digo uma coisa TODAS as notícias que eu conheço ou são totalmente falsas ou metade falsas.Muitas delas já denegriram gente importante ou mataram.Por aqui , quando não tinham nada para falar de um homem diziam que era viado.Como isso está desmoralizado, dizem que é usuário de drogas.Esse povo devia estar na cadeia.