O azarado sortudo

A sorte sorriu para o azarado Kimi Raikkonen. Antes da largada ele era o azarão, poucas pessoas acreditavam que Raikkonen conseguiria virar o jogo. Eram sete pontos atrás do líder e três do vice-líder. Para ser campeão, Kimi não dependia apenas dele. Além da vitória, tinha que torcer para Lewis Hamilton ficar, no mínimo, em sétimo e Fernando Alonso em terceiro.

Mas o esporte é emocionante justamente porque prega peças como essa. O trabalho de equipe da Ferrari funcionou perfeitamente. Raikkonen que era o vice-líder da prova, trocou de posição com Felipe Massa que estava em primeiro. Raikkonen fez a parte dele, fazendo três voltas rápidas antes de entrar no pit-stop, o que permitiu que Felipe cedesse a liderança sem que desse espaço para a FIA punir os pilotos e a equipe por manipulação de resultados. Trabalho em equipe é importantíssimo em qualquer esporte coletivo.

Trabalho de equipe que faltou a Mclaren que ficou contra um dos seus pilotos, Fernando Alonso. A bagunça, a rivalidade entre seus pilotos, resultou na perda de um título que parecia ser certo e cristalino. E no final das contas quem mais soube administrar os talentos e dar tratamento igual a eles foi Jean Todt, chefão da Ferrari, que permitiu que seus pilotos brigassem entre si de igual para igual, sem escolher nenhum como primeiro piloto.

O título de Kimi Raikkonen caiu como uma luva salvando a cara da Ferrari de ser uma campeã de construtores sem o devido brilho, afinal de contas, a escuderia italiana tinha sido campeã de construtores porque a Mclaren havia sido punida, com justiça, com a perda dos pontos conquistados devido ao escândalo da espionagem.

Quanto ao Lewis Hamilton, que perdeu o título por uma sucessão de erros nos dois últimos GPs, uma frase define muito bem o que aconteceu com o estreante: meninos vencem corridas, Homens ganham campeonatos.