quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que está no alto é como que está em baixo

No dia 15 de março, o deputado federal Anthony Garotinho anunciou a tentativa de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra Ricardo Teixeira como presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.

O Comitê Organizador Local da Copa do Mundo tem apenas dois sócios no seu contrato social. Um é a pessoa física Ricardo Teixeira e o outra é a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que é presidida por... Ricardo Teixeira! Seguindo com o contrato social, os lucros obtidos pelo comitê com o evento (Copa do Mundo) serão distribuídos de acordo com a conveniência de seus sócios, sem respeitar a proporção de participação que cabe a cada um no capital societário, isto é, Ricardo Teixeira pode fazer o que bem entender.

Foi por causa disso que Garotinho resolveu instaurar uma CPI para investigar essa manobra de Teixeira. Muitos deputados ficaram a favor da iniciativa.

Rapidamente, Teixeira começou a agir e no dia 29 de março foi pessoalmente a Brasília para negociar com alguns líderes de partidos a não apoiarem a CPI e ela não ser instalada.

Hoje, os deputados, que tiraram suas assinaturas de apoio a CPI, ganharam um kit com uma camisa oficial da seleção brasileira e um bilhete “Receba, ilustre deputado, os meus agradecimentos pela hospitalidade com que fui recebido, quando da minha estada em Brasília, no dia 29 de março”.

Se no alto escalão do país coisas desse tipo acontecem e ninguém faz nada, ninguém fala nada, como criticar flanelinhas que cobram 50, 80 reais por uma vaga na rua, que é pública, nos arredores do estádio do Morumbi, na hora do show do U2? Como criticar os donos de estacionamentos por cobrarem 140 reais por cada vaga? E o que dizer dos taxistas que cobravam 150 reais por uma corrida de 3km? Será que o país tem moral pra isso?

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