domingo, 28 de novembro de 2010

Duelo de Titãs


Imagine esses gols com esse áudio original um pouco mais lento e em alta definição. Era a chamada perfeita, simplesmente, por começar com uma jogada que pode ser rotulada de obra-de-arte pela tirada no zagueiro e a fuzilada no goleiro, que meses mais tarde viria ser o símbolo da conquista da Copa do Mundo por ter levantado a taça fechando o gol quando exigido e dado um beijo na mocinha (injustamente feita de vilã, mas que foi salva pelo mocinho garantindo um final feliz do conto de fada). Um gol de videogame, o passe foi Y+L (são os controles do X-box...) mais a declaração de Arsené Wenger.

A segunda parte da propaganda, que ficaria pro dia seguinte, seria justamente a enfiada de bola do maestro, do cérebro do time para um novato, deixando-o na cara do gol com Casillas.


1* Hoje, direto do Camp Nou, com transmissão ao vivo nos canais Espn e Espn HD as 17h (horário de Brasília). Um dia para arranjar um atestado médico ou adiantar o serviço na hora do almoço para sair mais cedo.

2* O conto de fadas foi ótimo pra mídia, mas, pra mim, o destaque da Copa foi esse aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Colete a prova de balas

Lembro de Marcos Losekan, Ernesto Paglia, Marcos Uchôa cobrindo guerras no Iraque, Afeganistão, Oriente Médio de coletes, mostrando o caos, relatando ataques aéreos, terrestres. Os cinegrafistas mostrando tanques de guerra andando em ruas desertas e destruídas das cidades bombardeadas. Mas nunca vi Lilia Telles de colete a prova de balas.

Não é a primeira e nem será a última vez que o Rio de Janeiro ficou a mercê da bandidagem, dos mandos e desmandos dos cabeças do tráfico de drogas. Mas a imagem que me fez cair na real de que dessa vez foi a pior de todas foi ver os repórteres fazendo reportagem de colete a prova de balas, como se a cidade maravilhosa fosse a Faixa de Gaza.

O Rio de Janeiro tão belo, do Cristo de braços abertos, do Maracanã lotado, da mulata sambando, do biquíni fio dental nas areias de Copacabana, do Pepe, da Reserva. Da bela vista do Pão de Açúcar que tanto inspirou e inspira tantos músicos, poetas, escritores, artistas. Viveu dias de terror. Mortes. Carros e ônibus queimados. Shows cancelados tudo por causa da criminalidade. É triste ter que ver esse cenário. Ter que ver o Bope dando uma de exército nacional, andando pelas ruas da cidade maravilhosa armados até os dentes em blindados, tanques de guerra cedidos pelas forças armadas. Para recuperar o comando da cidade. A honra do país.

No ano passado fui pro Rio umas 3 vezes a turismo. Tudo o que falaram da beleza do Rio é verdade. A cidade é mesmo maravilhosa. Tudo o que falaram da criminalidade do Rio, deve-se tirar os exageros. Você pode dar dois passos no calçadão sem ser assaltado. Mas hoje foi diferente. Hoje eu vi o Rio se preparando para uma guerra de manhã. Vi a guerra acontecendo na hora do almoço. Claro que devemos levar em conta que não houve um toque de recolher (Graciane Barbosa foi pra praia hoje) como acontece em Israel, na Palestina em que a cidade inteira fica um deserto. A guerra aconteceu na Vila Cruzeiro, numa favela e os arredores dela é que foram tomados pelos aparatos de guerra, mas a cena de Lilia Telles de colete, em pleno Rio de Janeiro, como se fosse Losekann na Faixa de Gaza ou Paglia no Iraque, foi forte. Muito forte.

Ainda bem que a resistência conseguiu expulsar o inimigo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

No quilo certo

Comecei assistindo São Paulo x Fluminense torcendo pro time paulista não entregar. Claro que não exigi que os jogadores corressem atrás da bola como se fosse uma final de Libertadores, mas se perdesse que fosse com dignidade, por méritos do Fluminense e não por abrir as pernas. De repente ouvi a gritaria na rua. “Vixe, será que foi gol do Vitória em cima do Corinthians?” Pensei.

Assim como no primeiro jogo da final da Copa do Brasil entre Santos e Vitória, eu assistia ao jogo do São Paulo. Só que naquela ocasião, o tricolor paulista disputava uma semifinal de Libertadores contra o Internacional. Quando ouvi os gritos que vinham da rua, pensei “Vixe,o Vitória abriu o placar contra o Santos em plena Vila Belmiro”. Mais uma vez, a bolinha demorou pra aparecer avisando que teve gol na rodada. E, de novo, que nem na final da Copa do Brasil, o gol comemorado nas ruas da capital baiana foi de um time paulista. Pois é, gol do Corinthians, comemorado com toda euforia e vibração pela torcida do Bahia. A partir daí comecei a ver o jogo do São Paulo com outros olhos.

Não cheguei a comemorar o gol do Fluminense marcado pelo zagueiro Gum. Mas comemorei o gol de empate do Vitória. Não que eu queira que o rubro-negro escape do rebaixamento, muito pelo contrário, estou torcendo pro elevador funcionar “Uh elevador. Desce rubro-negro, sobe tricolor!”. Mas o gol de empate do rubro-negro baiano significou a perda da liderança do Corinthians.

Além do gol do Vitória, comemorei o gol de Lucas Gaúcho, mais uma vez de letra, empatando o jogo para o São Paulo contra o Flu. O ruim era que o empate na Arena Barueri significava que a classificação se manteria. Corinthians líder e o Fluminense em segundo. Mas depois de 2 jogadores do São Paulo serem expulsos justamente, o Flu fez o segundo gol e, logo depois, o terceiro e fechou o placar aos 43 marcando o quarto gol. O São Paulo até que jogou com alguma dignidade, apesar da apatia que não era nada de anormal, já que o time vem fazendo campanha pífia nesse Brasileiro. As expulsões também foram normais, Xandão por uma falta dura e Richarlisson por pura irritação, como já aconteceu em outros jogos.

Tudo bem que a derrota do São Paulo ajudou o Fluminense a tirar o título das mãos do Corinthians, mas não consigo torcer pro meu time perder, não tenho esse sangue frio. Depois do terceiro gol, desliguei a TV. O que o olho não vê, o coração não sente. E fui torcer pro jogo no Barradão terminar empatado, com Vitória e Corinthians morrendo abraçados. Um caindo para a Série B e o outro vendo o título escorrer por entre os dedos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Diferenças

A Ferrari definiu o seu primeiro piloto no GP da Alemanha em Hockenheim. Naquela ocasião, Felipe Massa liderava a prova quando ouviu no rádio “Felipe, Fernando is faster than you”. Após essa frase, Massa e Alonso trocaram de posições. Ali a Ferrari declarou em alto e bom som que a prioridade dela no campeonato era Alonso.

Duas semanas antes desse episódio na Alemanha, a Red Bull levou duas asas dianteiras novas para o GP da Inglaterra em Silverstone, uma para Sebastian Vettel e outra para Mark Webber. No último treino livre, a asa de Vettel quebrou. Para o treino de classificação para o grid, a Red Bull deu a Webber para Vettel. Ali a Red Bull deixou claro que a prioridade dela era o alemão.

A diferença entre as duas equipes é que a palavra prioridade, em italiano, significa primeiro piloto, a equipe inteira girando em torno de um único piloto e o que sobrar fica com o outro. Já em alemão, prioridade significa apenasqueridinho, se o outro for o campeão ótimo, mas se ele for o campeão melhor ainda!

E assim foi a temporada da Red Bull, condições iguais para os dois pilotos e que vença o melhor. E deu Vettel, que sagrou-se o mais jovem piloto campeão do mundo da história da Fórmula 1.

Já no futebol, em São Paulo quando um dos três grandes da cidade conquistam algum campeonato, a Polícia Militar sempre tenta armar um forte esquema de segurança na Avenida Paulista. A comemoração de um título importante dos torcedores de São Paulo, Corinthians e Palmeiras é quebrando a Paulista toda.

Já aqui na Bahia, a torcida do Bahia foi comemorar o acesso a Série A do campeonato Brasileiro, depois de 7 anos longe da divisão de elite futebol nacional, do jeito que o baiano mais sabe, atrás do trio.


Parabéns Sebastian Vettel, campeão mundial de Fórmula 1!!

Parabéns Bahia, de volta a 1ª Divisão!!

E agora, os torcedores do Vitória vão falar o que? Que o rubro-negro tem mais vices que o tricolor de Aço?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Explicações


Desde o fim do mês passado que dou explicações. Expliquei o por que que quero comprar um carro 1.0, expliquei por que falei algumas coisas, expliquei o processo de renovação de um projeto, expliquei por que não gosto de Maria Gadú, expliquei por que não recomendo um carro 1.6, expliquei por que não quero ir pro Sauípe Fest que acontecerá durante esse feriadão, expliquei por que não quero mais trocar o meu carro, apesar dele ser 1.6 e agora vou explicar por que estou voltando pela enésima vez ao blog.
Ensaiei uma volta no mês retrasado. Parei de escrever há exatos 32 dias. Parei pelos motivos de sempre, falta de inspiração, tempo, vontade. Além da preguiça, que tenho de sobra pra dar (lá ele!) e vender.
O tempo também não está contribuindo e não estou falando do meu tempo. Estou falando do tempo das coisas. Um assunto que hoje é notícia, manchete em todos os portais da internet, amanhã já está caduco. Já apareceu outra coisa para ser assunto nas salas do cafezinho, dos restaurantes e refeitórios. Exemplo? O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 já passou faz séculos, né? O toque de chaleira de Dentinho no clássico São Paulo x Corinthians já deixou de ser assunto. Dilma já falou tudo o que tinha de falar como presidenta eleita. Os problemas do Enem já estão dando lugar ao tal aporte que o Banco de Sílvio Santos fez para não quebrar. A derrota de Obama nas eleições pro senado já vai fazer aniversário.
O tempo está voando. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e dando a impressão de que semana passada foi mês passado. Pelo menos é essa sensação que eu tenho. Mas vou me esforçar para acompanhar esse tempo. Vou me dedicar mais a isso aqui, sinto falta de escrever, postar, ler comentários, ler posts, outros blogs, o que as pessoas tem a dizer. Gosto disso aqui e por isso que essa é a enésima vez que ensaio uma volta.
Como sempre, volto com idéias de mudança na cabeça. A primeira delas está aí. Além do texto, botarei alguma foto que ilustre um pouco o tema central. O sol nascendo, o crepúsculo representa o início de um novo dia, novos dias do Nove do Quinto.