Existe um Brasil que só tem milionários. Um Brasil cheio de mansões e até castelos. Nesse Brasil não existe analfabetos, não existe miséria, nem favelas. Para se chegar nesse Brasil, você tem que ir de barco ou então de helicóptero, porque não dá para ir de carro, a menos que ele seja anfíbio.
Este Brasil fica nos Emirados Árabes Unidos, mais precisamente em Dubai. Lá construíram várias ilhas artificiais. Cada conjunto de ilha é um condomínio e eles são de diversas formas. Existe um condomínio em forma de palmeira, outro de sistema solar e de mapa-múndi (e nesse está o Brasil milionário da Arábia). Esses arquipélagos fazem parte de um projeto que já investiu 45 bilhões de dólares e ainda virão mais outros 45 bilhões. No projeto tem hotéis luxuosos, resorts paradisíacos, ilhas artificiais, mansões, castelos... e a Dubailand, uma espécie de Disneylândia duas vezes maior que a original. Um paraíso milionário, completamente voltado para o turismo.
Para esse paraíso dar certo, o governo de Dubai está investindo pesado em campanhas publicitárias e para isso nada melhor do que seduzir celebridades presenteando-as com ilhas ou dando ótimos descontos. Por exemplo, Pelé e Michael Schumacher ganharam uma cada um (o povo gritando na rua... Gol do Brasil?? Não, Rafinha que ganhou o BBB). David Beckham, Michael Owen (atacante inglês de futebol), Rod Stewart e outros, ganharam um belo desconto para adquirirem uma ilha, um troco, basta só eles meterem a mão bolso, tirar uns torcados e contar 7 milhões de dólares que a ilha está paga. Tudo isso para atrair os não famosos para passarem férias lá nos resorts ou adquirindo uma ilha por cerca de 60 milhões de dólares. Bom, esses aí terão que assinar um cheque ou entregar uma mala de 007 cheia de dinheiro ou fazer a transferência bancária pelo notebook.
Quem tiver 60 milhões parado na conta, pode comprar uma ilha e se for no arquipélago The World, pode comprar o Brasil e escolher entre São Paulo, Rio de Janeiro, Belém ou Brasília. No Rio de Janeiro de Dubai, você não vai poder tirar foto do Cristo, nem ver o Pão de Açúcar, mas em compensação nenhuma bala perdida te encontrará, muito menos correrá risco de ser sequestrado na São Paulo de lá. Pois é, Dubai que não tem Cristo Redentor, nem Pão de Açúcar recebe 6 milhões de turistas por ano, por causa de sua orla paradisíca, bem projetada e organizada de apenas 1.200 km. Enquanto isso, tem turista sendo esfaqueado na praia de Copabana por causa de uma mochila ou sendo assaltado visitando o Cristo no Rio de Janeiro do Brasil ou no elevador Lacerda de Salvador do Brasil ou no Parque Ibirapuera em São Paulo do Brasil...
4 comentários:
O pior é que por aqui não há nenhuma esperança de melhoras.
Ao contrario...
Abração!!
hum.... essas realidades do mundo que me entristecem...
são muitas diferenças, Meu Deus!!!
E o pior eh que nunca vai mudar...
abração!
Essa é a realidade nua e crua, o que nos resta é "tentar" mudar alguma coisa. Beijos
Ótimo texto, como sempre. Realmente um Brasil bem diferente do que vivemos.
O turismo é visto como carro chefe para a expansão mundial de Dubai. Como tem sido feito, tem tudo para dar certo.
Postar um comentário