domingo, 16 de março de 2008

Viajando na rima

Admiro quem faz rap ou hip hop (segundo KL Jay, dj do Racionais MCs, rep, hip hop é tudo a mesma coisa), mas o rap nacional (não gosto do internacional porque não entendo muita coisa que eles falam). Ultimamente tenho ouvido bastante rap. Curto muito Racionais MCs, Black Alien, os velhos e bons tempos de Planet Hemp e Marcelo D2, Sabotagem, Instituto e por aí vai.
Não sou um fã de rap, mas gosto da letras. Elas sempre contam uma história e não são simplesmente um conjunto de palavras que rimam. Por exemplo, tem uma música do Racionais que descreve o passo a passo de um assalto, começa da criação do grupo criminoso, passa pelo planejamento, até culminar no assalto que no final dá errado e um dos ladrões é morto. O nome dessa música é Eu sou 157 e é cantada por Mano Brown e Ice Blue. Outra música que também fico viajando na letra é Expresso da meia-noite, também do Racionais, cantada por Edy Rock. É uma letra que me impressiona muito, tem umas frases que me fazem parar para pensar e viajar no significado. A música mais famosa do Racionais é Diário de um detento, que narra o espisódio da chacina do Carandiru. A letra é perfeita. Quando assisti o filme Carandiru fui lembrando da música inteira, a rotina da cadeia, suas entranhas, os presidiários, a ação da polícia, o papel dos repórteres, os familiares. A letra da música dizia tudo, parecia até que o roteiro do filme foi baseado nela.
Os caras contam uma história rimando. Para mim é impossível fazer uma coisa dessa. Não sei rimar. Até consigo inventar uma história puramente imaginada (fictícia) ou baseada em fatos reais como os rappers fazem. A maioria das histórias que eles contam são baseadas na vida dura de quem mora na periferia, nos problemas sociais do Brasil.
A maioria das músicas eu gosto por causa da letra, porque elas sempre dizem alguma coisa. Mas também gosto de algumas músicas que tem um bom som, que tem um bom arranjo. Instituto é uma banda que até onde eu sei, já acabou. As vezes ela faz participações especiais com algum outro grupo de rapper ou com um rapper. O Instituto mistura os scratches normais de todos os raps (feitos pelos Djs) e as rimas com vários instrumentos como flauta, guitarra, baixo, teclado. Dá uma boa sonoridade, ótima para você relaxar e curtir uma música de qualidade.
Vou parar por aqui hoje e voltar a viajar nas rimas de Black Alien ouvindo o ótimo álbum Babylon by Gus. Vou deixar os das duas músicas dos Racionais que eu citei no texto. Se vocês abrirem os links, favor voltar depois para comentar aqui.
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"O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas para vencer."
William George Ward, teólogo.
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Links:

5 comentários:

Mamãe de primeira viagem disse...

tô ouvindo umas coisas diferentes ultimamente tb... algo com letras interessantes...
tô ouvindo muito um rock da banda ludov, é bem legal...
agora rap acho que tenho uma visão que eles tem musica pessimista demais... e nao gosto de escutar coisa que me deixa pra baixo...
abraços!!

Vinicius Grissi disse...

Também gosto das letras dos raps, apesar de não ser muito fã de ficar ouvindo. De toda forma, o trabalho dos caras é muito bom. Procure MV Bill. É um dos que mais gosto.

Anônimo disse...

Confesso que não gosto destes ritmos ,não.

Abração!

Loba disse...

Eu adoro musica. Muito pela melodia, mas tb pelas letras. Mas não sou eclética. Não gosto de rap ou funk, assim como não gosto de outros ritmos. Mas reconheço que há um trabalho de rima e o objetivo claro de contar uma história nas letras destes ritmos. Algumas destas letras até sõ bem feitas. Mas fico por aí. rs...
Falando em rimas... não faço rima pq detesto as minhas. Aliás, não gosto muito de rimas, especialmente qdo o poema (ou letra) precisa perder em conteúdo pra justificar a rima.
Como sempre, uma gostosa crônica.
Beijo, Leandro.

Unknown disse...

pensamentos voam como o vento pra se liga e si livra de maus momentos