domingo, 30 de março de 2008

Na calada da noite

A minha rua é de fases. Já teve um tempo que tinha muitos assaltos, arrombamentos de carros. Mas isso acabou. Não tem mais isso aqui. Não por causa da ação da polícia e sim pela ação dos cidadãos exemplares e honestos que moram aqui, que pagam, além dos impostos, a segurança particular.
Agora o que está acontecendo aqui são os filhos da classe média, com seus carros, dando cavalo-de-pau nas ruas. Todo sábado de madrugada o que se mais ouve são os pneus cantando nas ruas. Ontem não foi diferente e talvez não tenha sido atípico. Quando cheguei de festa de madrugada, ouço o cantar de pneu seguido de uma batida. Sim, o habilidoso motorista bateu em dois carros parados ao longo do meio-fio (passeio). Bateu e fugiu. Enquanto que os donos dos carros ficaram putos, um saiu correndo atrás e o outro chamou a polícia. Como estava de longe, não ouvia nada, deitei e fui dormir. Cada um com seus problemas.
Já presenciei outros casos como esse alguns anos atrás. Também perto da minha casa, um motorista idiota e burro, inventou de dar um cavalo-de-pau na frente de uma viatura da polícia. Os policiais apontaram a arma para ele, mandando de descer do carro. Me parece que nada aconteceu com ele. Um outro carro parou perto, dois caras que estavam nesse carro, desceram conversaram com os policiais e cada foi para seu lado. O motorista que deu o cavalo-de-pau foi embora feliz com seus amigos e os policiais foram embora também felizes, já que devem ter recebido uma cervejinha para liberá-los. O outro caso foi de um carro que bateu num outro parado no meio-fio. Não sei como e nem por quê isso aconteceu, deve ter sido por causa do maior mal dos motoristas, a bebida. O carro que bateu fugiu. E o dono do outro chamou a polícia e a SET. Mas alguns minutos depois o fugitivo voltou, junto com o pai para mostrar ao filho o que é ser homem e assumir os erros e as consequências.
Não sei se no caso de ontem, o fugitivo voltou, sozinho ou com o pai. Fui dormir, estava com sono e não esperei para ver o final. Talvez não tenha voltado e os inocentes pagaram o pato. Faltam pais que sirvam de exemplo para os filhos e os conduzam para uma formação correta. Que dêem seus cavalos-de-pau pelas ruas, mas que se algo sair errado, que assumam a responsabilidade e aguentem as consequências e não fugindo, deixando inocentes desesperados e com o prejuízo.
*****
"Nossa maior glória não está em jamais cair, mas em levantar a cada queda".
Confúcio, filósofo

3 comentários:

Anônimo disse...

Ano passado meu irmao e familia moraram em Salvador.
Contaram-me um caso de uma moça humilde,honesta que ralava pra sustentar a familia e foi atropelada numa avenida a beira - mar. A motorista era uma perua metida a besta que desceu do carro pra ver se algo tinha acontecido com o veiculo. Ligou pro marido,contou o que tinha acontecido e se mandou.
A moça foi socorrida por populares e faleceu.
NINGUEM se atreveu a dar a placa do veiculo.

Absurdo!!

Mamãe de primeira viagem disse...

oi leandro...
ah, isso tem pra todo lado...
aqui no meu bairro sempre tem uns gracistas tb..são um bando de sem noção...
ah, belissima frase que vc colocou no final do texto...
beijos

Vinicius Grissi disse...

E isso acontece em todo canto mesmo. Outro dia bateram no carro da minha irmã, que estava estacionado. Ninguém sabe quem é e o (ir)responsável nem sequer procurou saber de quem era o carro. Foi-se embora.