terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Como eles conseguem?

Tem certas músicas que me fazem viajar. E logo após a viagem nelas, vem a viagem sobre elas. Como o dono da música ou a banda chegou nela? É sempre essa pergunta que eu faço. Não é escrever a letra, é fazer o arranjo. Imagino como uma descoberta. Como ele descobriu aquele arranjo?

Músicas como Hidden Place e Aurora ambas de Björk, Aqueous Transmission de Incubus, Porcelain de Moby, entre outras que agora não me vem a cabeça. Toda vez que ouço essas músicas e algumas outras, sempre me faço a última pergunta do primeiro parágrafo. São músicas que fico imaginando como elas brotaram na cabeça deles.

Björk, por exemplo, como ela imaginou que em Hidden Place ficaria boa se tivesse o barulho de um embaralhar de cartas? Ou o som de pé arrastando num chão de pedras cairia perfeitamente na letra de Aurora? É esse ponto que fico viajando atrás de uma resposta que nunca obtenho. Às vezes imagino que Björk acordou com um barulho de pedras ou cartas na cabeça e junto com isso veio uma parte da música, também, na cabeça dela. Chegando no estúdio, ela decidiu juntar os dois e chegou na música.

Moby é um que não curto muito o som dele, mas Porcelain é um achado. Primeiro que a música começa só com um som, em seguida ele bota uma batida, depois mais um outro instrumento, depois uma voz e em seguida, em complemento com esta última um piano. Depois que entrou tudo isso, ele começa a cantar a letra. O interessante é que as notas dos sons são sempre os mesmo até a música terminar. Por exemplo, as notas do piano são as mesmas sempre, ele pára por um tempo, mas quando volta é sempre a mesma nota, não muda até o final da música. Ele também dá um efeito na voz, é uma voz meio que sombria, mas que não transmite medo para você e sim paz, tranquilidade.

Outro que fico impressionadíssimo é Aqueous Transmission de Incubus. Para quem não conhece, o som de Incubus é puramente pop. Tem algumas músicas que são legais. No geral a banda é até boa, não sou nenhum fã das músicas deles, sou apenas um ouvinte deles, ouço algumas músicas. Mas voltando ao assunto, Aqueous Transmission é única na carreira deles, pelo menos até o pouco onde conheço. É uma música diferente de tudo que eles fizeram, diferente inclusive de todas as outras músicas do álbum Morning View, do qual ela faz parte. O arranjo de Aqueous Transmission é o de uma música oriental, parecendo as músicas ouvidas por aqueles velhinhos japoneses ou chineses que levaram a vida inteira no campo ou nas montanhas, longe das cidades, da tecnologia, das indústrias, da poluição. No final da música, eles colocaram um som de brejo com sapos coaxando. E esse final vai entrando aos poucos a medida que o arranjo oriental vai baixando. É a música que eu mais viajo sobre como eles chegaram ao arranjo dela. É uma música tranquila, daquelas que te dá uma paz relaxante ou também pode fazer você dormir.

Esse é um texto maluco, um texto doidão, mas esse tema sempre esteve na minha cabeça, toda vez que viajo ouvindo essas músicas. Não eram para tratar disso hoje, mas ouvi Aqueous Transmission no carro e só pensei nisso quando cheguei em casa. Da próxima vez escrevo sobre um tema normal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu acho um tema normal,pois a musica faz parte da vida,Leandro. Os gostos podem mudar,mas uma vida sem ela seria muito chata.
Abracao!

http://www.ramsessecxxi.blogger.com.br/