terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Surpresas do coração

Coração é um bicho traiçoeiro. Uma hora ele está bem, tudo bonito, tudo muito lindo. Mas de repente o tempo fecha, o chão falta nos pés e tudo vira uma enorme nuvem negra. E depois vem a trevas, a escuridão. Aí o bicho pega!

Sempre que perguntam à algum(a) famoso(a), uns respondem através da piadinha: meu coração vai bem, fui no médico outro dia e está tudo bem com ele. Se você gosta desse famoso, dê graças à Deus por estar tudo bem com o coração dele.

No domingo retrasado (9) estava eu, como sempre (nesse dia nenhum ensaio de banda de axé me despertou interesse de ir...), no msn conversando e entre uma resposta e outra, escrevia um pouco para atualizar o blog. Por volta das 18 e tanta, meu pai disse que estava se sentindo mal, sentindo tontura. Ele foi deitar. Até aí tudo bem, normal, todo mundo sente tonturas uma vez na vida. Mas a tontura demorou de passar. Então ele mediu a pulsação e estava fraca. Não era taquicardia, era pior do isso. Fomos pro hospital fazer exame. Inicialmente era apenas exames, ficar um tempo na observação e depois ser liberado, imaginei que por volta da meia-noite. Mas a brincadeira era séria. E o médico disse que ele teria que passar a noite no hospital e que talvez tivesse que botar marca passo. Voltei para casa, mas passei a noite inteira preocupado com isso.

No outro dia eu cheguei no hospital para saber as novidades. Logo de cara já fico sabendo que vai ter que botar marca passo e 10 minutos depois, já levaram meu pai pra sala de cirurgia (isso tudo era na área de emergência e o médico era o da emergência) para botar um marca passo provisório enquanto esperava a liberação do plano de saúde para botar o definitivo. Pronto.

Algo que nunca havia acontecido na minha vida era ver alguém que eu gosto muito, que eu amo morrer. A morte nunca sorrio para mim. E dessa vez, ela ensaiou um sorriso. Dizem que quando a morte ronda você, passa um filme da sua vida na cabeça. Comigo não passou filme nenhum, eu estava assustado demais para relembrar coisas que aconteceram há 20, 15, 10 anos atrás. Eu só pensava no que acontecia na sala fechada e queria que tempo passasse logo para eu conhecer a resposta. Saí do lugar em que eu estava e fui ligar para um amigo meu, recém formado em medicina, crânio, daqueles que tem tudo para ser O Cara na profissão. Ilustrando com o futebol, ele é um Breno, ex-São Paulo e atual Bayern de Munique ou Alexandre Pato, ex-Inter e atual Milan. O cara me tranquilizou, me explicou tudo sobre o marca passo e disse que o lugar em que meu pai estava era muito bom, conceituado.

Meu medo era do lugar. Hospital ruim, não tem Deus que faça milagre toda hora. Hospital bom, Ele ajuda a dá tudo certo. Os caras devem botar marca passo toda semana, já devem fazer isso de olhos fechados. Fiquei tranquilo, no final deu tudo certo. A única coisa a se preocupar era em vencer a burocracia do plano de saúde o mais rápido possível e voltar para casa. A dúvida não era se o plano iria autorizar a cirurgia do marca passo definitivo e sim agilizar os tramites normais para isso.

No final deu tudo certo. No final da tarde de quarta-feira (12), ele fez a cirurgia para colocar o definitivo. Tudo certo mais uma vez, graças à Deus e aos médicos. Na quinta meu pai teve alta e voltou para casa. Hoje está tudo bem com ele. A única preocupação agora é com a cicatrização do corte, que é pequeno (o marca passo é do tamanho de uma caixa de fósforo). Esse foi o motivo da minha ausência na semana passada. Domingo não pude escrever porque fui bebemorar com meus amigos na Timbalada. Essa foi a minha semana (passada), uma semana ótima nos últimos dias, mas preocupante e assustadora no início. Ainda bem que acabou, porque como diz o ditado só acaba quando tudo dá certo, se não deu certo é porque ainda não chegou no final. Até a próxima!

2 comentários:

Vinicius Grissi disse...

Melhoras e boa sorte para seu pai!

Anônimo disse...

Vc nem me disse nada...:/
Espero q agora já esteja td bem, q já tenha acabado!