sexta-feira, 27 de março de 2009

Olhos marejados

Acabei de assistir Gran Torino. Belíssimo, fantástico, excepcional. Clint Eastwood distribui, a torto e a direita, potentes socos no fígado de todos que passam na sua frente no filme e até mesmo naqueles que estão sentados nas poltronas dos cinemas.

É um filme emocionante que mostra que o homem pode estar rodeado de pessoas conhecidas, mas que na verdade ele está sozinho no meio de estranhos, de aberrações que vieram de outro planeta, entretanto as aberrações são um misto de extraterrestres, junto com as sequelas das inúmeras e graves lesões feitas pela vida. E a salvação não vem do céu, mas sim das pessoas iguais a ele, que apresentam-o ao convívio social, ao sorriso e o ajudam a dissolver a grande casca fria, infeliz, racista e durona que o envolve, fazendo com o homem passe o legado que ele tinha de mais rico, valioso e sentimental para o que o cerca e o que o assiste, através de lições e mais socos no fígado. O homem fica cara a cara com a Vida e passa a compreender o seu verdadeiro significado, que passa muito longe do que a própria mostrou durante toda a sua trajetória.

Um depoimento bastante pessoal, que espero que não seja a transcrição, na íntegra, da película e que vocês não compreendam bem nada do que leram aqui, antes de assistir ao filme, mas sim depois e de preferência logo depois. Não é, pra mim, o melhor filme da vida, pois está um pouco abaixo de Apocalypse Now e Edukatores. Estes dois últimos encontram-se na mais alta prateleira dos filmes que já vi na vida. Porém, Gran Torino figura-se logo abaixo desses dois ao lado de Cassino, O Último Imperador, Requiém para um sonho, e alguns outros que não me vêm logo a memória (me dêem um desconto). Mas é, seguramente, o melhor filme (novo) de 2009.

E também vou me confessar e pedir o meu perdão para que eu possa viver em paz: meus olhos ficaram marejados e algumas lágrimas rolaram muito discretamente, tanto que já ficaram imperceptíveis as luzes que se acenderam pouco tempo depois. Suspeito que eu esteja ficando mais sensível, pois é a segunda vez, em menos de uma semana, que isso acontece. A primeira foi no sábado ao ouvir (pela enésima vez, mas foi de um jeito como se tivesse sido a primeira) Björk cantando uma versão absurdamente linda de All is Full of Love. A percepção está aflorando a minha sensibilidade. É a única resposta que eu tenho para isso no momento. É algo novo para mim. Estou mudando também.

7 comentários:

Anônimo disse...

Não se recrimine,meu amigo. Acho o maximo qdo isto acontece. Principalmente qdo temos a percepção de que é para o nosso próprio bem.
Anotei a dica e vou ver se vou assistir com o Príncipe neste final de semana.

Abração!!

Fernanda Magalhães disse...

Vou ver o filme...

Le, gosto muito muito de vc, viu?

Final do ano quero te ver na UP...Já se programa, viu?


Bjos meu lindo!

Vinicius Grissi disse...

Estou muito afim de ver este filme. Já o trailler algumas vezes e realmente parece ser fantástico.

Depois de uma indicação desta, deste fim-de-semana não passa!

Camila disse...

Leoooo
Quanto tempo homi! Que felicidade vc ter voltado!

Anotei a dica aqui!

BeijO e ve se num some mais, heim?!

Renata Silva disse...

Eu quero ver o filme!
E sim, vc está ficando sensível. Acontece.

Beijos

Aline disse...

Estou louca para ver esse filme! Acho que amanhã mesmo vou ao cinema. E, pelo visto, é mais um filme que merecia o Oscar mais do que "Quem quer ser um milionário"!
Acredite ou não, mas, no momento, estou twittando!=p Algo que se transformou em um verbo, só pode ser viciante!

Beijos

Anônimo disse...

Concordo com cada palavra que voce utilizou para descrever o filme, a mensagem que ele passa e a emoçao que se sente. Já o assisti e tambem confesso que me emocionei.
Muito bom saber que voce esta se sentindo mais sensivel, aproveite esses momentos, geralmente sao muito bons, reflexivos e puros. Nessas horas nos sentimos mais humanos, mais iguais aos outros e sem problema algum.
Beijos :)

Patricia Carvalho