quarta-feira, 23 de junho de 2010

E se o futebol imitar a vida?

Uma andorinha só não faz verão. Essa é a verdade dessa Copa do Mundo. Futebol é conjunto, técnica e habilidade. E é isso que está acontecendo nessa Copa do Mundo. Os times jogam atrás demais e só empata o jogo quem perder o gol nos contra-ataques.

Quem tem mais talento funcionando mata o jogo facilmente. O Uruguai fechou o grupo A em primeiro e o México ficou em segundo. Os talentos da França foram pra Copa do Mundo apenas para contra-atacar o técnico Raymond Domenech e nem isso conseguiram. E a África do Sul só tinha a sede da Copa como o jogador talentoso. No grupo B, a Argentina fez somente o que um verdadeiro candidato ao título tinha que fazer. Ganhar na estréia, dar um show e se poupar para as oitavas. E a Coréia do Sul mostrou que o futebol evoluiu e a boa participação em 2002 não foi obra do fator casa.

Até aí é o que aconteceu, agora vamos aos palpites. No grupo C, os talentos da Terra da Rainha não fizeram o mesmo que a França e não brigaram com o técnico na frente das câmeras, preferiram varrer a sujeira pra debaixo do tapete. E é por isso que as duas vagas estão em disputa e não apenas uma, como deveria ser inicialmente. No grupo D, a Alemanha já não é mais aquela e todo mundo tem chance de classificação. O grupo E, está mostrando que Dinamarca e Holanda são aqueles times do segundo escalão que aparecem nas quartas-de-finais da Liga dos Campeões da Europa, como um Lyon, um PSV da vida. No grupo F, Paraguai fez a lição de casa, além dos exercícios extras que a professora recomendou, depois que todo mundo foi embora quando o sinal tocou. Já a Itália, mostra que o time é da velha escola que sempre começa aos trancos e barrancos e vai embalando a cada vitória no mata-mata. No grupo H, o Chile faz a mesma coisa que o Paraguai, enquanto que a Espanha também está honrando sua velha escola de chegar favorita cheia de pompas e cair fora cedo. E a Suíça, quem diria, está dando trabalho...

Agora o grupo G, que deixei por último por merecer umas linhas a mais. Portugal está fazendo o que se espera dele, já que Drogba, sozinho, só faz um golzinho quando o jogo já está decidido. Enquanto que Cristiano Ronaldo joga com Raul Meireles, Tiago e Liédson. E o Brasil, o merecedor das linhas a mais, está fazendo exatamente o que um time determinado faz, joga sua bola e mantém o jogo sob controle. Pra que ganhar mais de 2 a 1 da Coréia do Norte, se o jogo foi definido aos 27 do segundo tempo? Dá um gol a eles, aos 43 do segundo tempo, de prêmio pelo bom comportamento. Pra que ganhar mais de 3 a 1 da Costa do Marfim, se o jogo definido aos 16 do segundo tempo? Dá um gol, aos 33 do segundo tempo, a Drogba como uma medalhinha de honra ao mérito por jogar com um braço quebrado. E assim o Brasil segue na sua campanha. Aperta quando tem que apertar, impõe seu jogo, não desperdiça muito as oportunidades, mata o jogo e passa a administrá-lo com tranqüilidade, diminuindo os giros do motor até o apito final, que por falar em Fórmula 1, vai ter GP da Europa nesse domingo.

Brasil e Argentina só não farão a final, dia 11/07, se, respectivamente, o lado esquerdo e a defesa atrapalharem demais os times. Os dois são os melhores e são os únicos que jogam como candidatos ao título, impondo autoridade e colocando seus adversários nos seus devidos lugares, sem se desgastarem muito, fazendo o que é característico de cada um. Os Argentinos são ágeis, habilidosos, rápidos, por isso os gols saem como se estivesse brincando, batendo um baba. Já o Brasil é forte, competitivo e controla o jogo, na hora de se fechar, ninguém passa por Lúcio, nem por Juan e nem por Maicon e na hora de atacar, Elano, Robinho, Kaká, e Luís Fabiano fazem a parte deles. Os dois times estão caminhando até a final, do mesmo jeito que nós caminhamos até a velhice.

Um comentário:

(v)orcego disse...

Sou um amante do bom futebol, sendo um esporte coletivo como é até prefiro ver 11 funcionando como 01 conjunto único,sólido e objetivo, do que ver um craque fazer jogadas geniais, ser eleito o melhor do torneio e o grupo sair com a marca dos derrotados.
O Brasil desde que teve seus melhores jogadores indo pra Europa aprenderam a tática, pós a técnica já tinham, hoje sempre digo o Brasil só perde pra seu próprio ego.
Jogando sério e concentrado, como um grupo e com o talento que nenhuma seleção tem individualmente, ninguém vence.
Essa copa só comprova isso, que o futebol hoje e sempre foi um esporte de um grupo enão de um craque.