quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Indeciso

A seleção brasileira que foi pra Copa do Mundo na África do Sul nesse ano tinha Kaká, Felipe Melo, Luís Fabiano, Gilberto Silva, entre outros. Como todos sabem, a Seleção perdeu por 2 a 1 para a Holanda nas quartas de final e o povo exigiu uma renovação. Mano Menezes entrou no lugar de Dunga no comando técnico da seleção e promoveu uma renovação no elenco canarinho. Neymar, Ganso e Alexandre Pato assumiram o ataque da seleção, enquanto que Thiago Silva e David Luís assumiram a zaga, além de Hernanes, Jucilei e Sandro ganharem uma oportunidade com a amarelinha.

Na política, aconteceu a mesma coisa. Saem Severino Cavalcanti, o homem do Mensalinho, José Dirceu, que não figura mais nas eleições depois do Mensalão e ACM que morreu, pra ficar só nesses para não inchar ainda mais o texto (vocês verão). No lugar deles, novos candidatos almejam entrar nesse filão da política, como Tiririca, Acelino Popó de Freitas, Maguila, Romário, entre muitos outros nos quatro cantos do país. Só que essa troca não é uma troca, é apenas um truque para as velhas cara-de-pau, que não dá cupim, voltarem a ocupar suas antigas cadeiras e continuar na folha de pagamento da, digamos assim, iniciativa privada. Só para citar apenas um exemplo, Tiririca, que tá ganhando de lavada nas pesquisas de intenção de voto para Deputado Federal de São Paulo, vai beneficiar gente do calibre de José Genoíno e João Paulo da Cunha, que tiveram um papel importantíssimo no esquema do Mensalão. Como os brasileiros estão aos poucos aprendendo a votar, Genoínos e Cunhas da vida não teriam nenhuma chance de serem eleitos por si só, mas com o benefício do tal do quociente eleitoral, com Tiririca na frente sob o slogan do "pior que tá não fica" eles continuaram lá. E quem deu o voto de protesto para o "abestado" vai ficar com cara de abestado ao ver José Genoíno nos corredores da Câmara. Já que eles são do mesmo Partido político.

Além dessa maracutaia na corrida a Deputado Federal e Estadual, ainda não decidi em quem vou votar para Governador e Presidente. Na corrida presidencial, é Dilma disparada na frente, o xoxo José Serra bem atrás já dando sinais de cansaço, Marina Silva naquele passinho de tartaruga e Plínio Arruda dentro das condições físicas da idade. Além disso, nenhum deles sinaliza com algo além do que continuar tocando o barco pra frente sob os pilares de concreto do Plano Real, cujo teste de paternidade ainda não foi feito, mas a única certeza é de que foi criado e implantado no governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda, e com as paredes de tijolo do assistencialismo.

Já no âmbito estadual, ficarei restrito ao meu estado, a Bahia. Na terça-feira assisti o debate para ver se conseguia achar um candidato para votar, mas o que vi foi um tiroteio de acusações. Era um acusando o outro de ter roubado 1,8 milhão de dinheiros em 1800, que se defendia dizendo que o acusador também teve uma Instituição dele sendo investigada por algum desvio, isto é, são as mesmas caras desde que a nau Portuguesa atracou em Porto Seguro. O mais importante, que poderia definir o meu voto, os planos de governo foram propostas adequadas somente para a realidade da Suécia, Suiça, países cujos cofres públicos estão abarrotados de dinheiro. Mudanças? Apenas nas caras dos candidatos que ganharam mais rugas (alguns perderam com a era do botox) e cabelos brancos.

Pelo que eu estou vendo, terei três opções quando estiver diante das urnas, ou farei uni-duni-tê com os nomes dos candidatos ou escolherei o menos pior ou votarei nulo para os que estou em dúvida. Boa eleição e boa sorte para todos nós!

domingo, 26 de setembro de 2010

Com suor e lágrimas

A Fórmula 1 está caminhando para ter um novo Schumacher. Um Schumacher que não ganha porque ainda por cima tem um carro de outro planeta como teve Alain Prost. O novo Schumacher lembra um saudoso Ayrton Senna que é quem dá o brilho ao mundo milionário, carrancudo, e brilhante para os habilidosos, que é o da Fórmula 1.

É exatamente isso que está fazendo Fernando Alonso, que trilha a passos firmes para o seu terceiro título. Tem um jornalista esportivo chamado Flávio Gomes, que adora automobilismo, carro antigo, escrever, DKW e Lada, sendo que esses dois últimos sem ordem definida de preferência. Gomes se refere a Fernando Alonso de uma forma muitíssimo bem sacada, Fernandinho, El Fodón de las Astúrias, em referência a origem asturiana do piloto.

Amanhã acordarei cedo em pleno dia de domingo para assistir a mais uma prova de que Fernandinho é de fato o El Fodón de las Astúrias. Quando tudo parecia caminhar para um triângulo amoroso entre Mark Webber, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton para ver quem conquistará o título, Alonso quando todo mundo já havia dito que a Ferrari não tinha um bom carro e que a classificação indicava um desgarramento do pelotão da frente, o espanhol disse: “Eu estou na briga”. Muitos não deram a devida importância, a maioria deu risada e outros tiraram um sarro. Porém o GP da Itália, a casa da Ferrari onde quem ganha guiando uma Ferrari tem garantido um lugar especial no coração dos torcedores vermelhos e ganhar tendo um carro pior do que os adversários faz com que a admiração vire paixão, mostrou que Alonso botou a faca nos dentes e que se o campeão não for ele, sairá quase morto da briga.

Fernando Alonso tem que fazer algo que Kimi Raikkonen fez em 2007 quando ficou com o título se aproveitando dos holofotes estarem todos em cima do duelo de garagem dele com o estreante Lewis Hamilton na McLaren. Como os ingleses preferiram escolher com o coração, o filhinho, o finlandês ficou com o título. Já a Ferrari, podem criticar à vontade, mas aqui o profissionalismo impera acima de tudo, isto é, escreveu não leu o pau comeu e Alonso mostrou que a sua leitura está em dia, assim como as tarefas pra casa e a pesquisa extra também estão em dia. E por isso ganhou o polêmico GP da Alemanha, curiosamente na casa do alemão que simplesmente não tinha adversários. Aqueles anos mostraram a disciplina e o rigor oriental dos italianos que exageraram na dose, já que uma vitória a menos e outra a mais apenas influenciaram na data da quebra de cada recorde. E dessa vez acertaram a dose com muito sangue-frio.

Vou acordar cedo na manhã de domingo. Estou com sono, um pouco cansado, precisando descansar, mas não posso perder de jeito nenhum a largada do GP de Cingapura marcada para as 9h da manhã de Brasília. Tudo indicava um banho da Red Bull, só que eles tem apenas o melhor equipamento, quem tem o que realmente faz a diferença é a Ferrari. Na última sessão do treino classificatório, Fernando Alonso conquistou, no braço, a pole-position da corrida de amanhã. E por isso ela se torna imperdível. É uma das corridas que Fernando Alonso precisa ganhar para entrar no seleto grupo dos cerebrais Tricampeões.